terça-feira, 3 de julho de 2007

TEIXEIRA DE PASCOAES
Este filme é a história de uma obsessão pessoal. Pascoaes é, para mim, um autor sagrado, uma espécie de animal raro, lunático e febril, rasgado por um destino alucinado e uma dedicação obsessiva aos assuntos do espírito, própria dos loucos e dos génios. Um anarquista, romântico, ansioso e delirante que passava as noites e os dias a invocar fantasmas. Ele é o irmão espiritual de Homéro e Cervantes, companheiro de viagem de Quixote neste túmulo ibérico. Vi em Pascoaes um exemplo grandioso e épico do instinto de queda. Amo-o, porque se entregou todo à sua obra, ávido de arder ou de viver. Não há na nossa literatura escritor maior, mais perturbador e incandescente. Pascoaes é o verdadeiro aventureiro, espécie de Lusíadas sem outro herói que ele mesmo.

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